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MÚSICA:
“O ‘índio chorou’, mas não chora mais. Ele está de cabeça erguida lutando pelos seus direitos, pela demarcação de suas terras, pela preservação de suas culturas”. A declaração foi feita pela cantora indígena Djuena Tikuna, durante entrevista sobre o seu mais recente disco, “Tchautchiüãne”, lançado com um ato-show histórico no Teatro Amazonas em 2017.

Se o álbum marcou a primeira vez que indígenas protagonizaram um show no maior símbolo arquitetônico do Estado, o disco também fez com que, pela primeira vez, uma artista da Amazônia brasileira fosse indicada ao Indigenous Music Awards, o maior prêmio mundial da música indígena, que acontece anualmente na cidade de Winnipeg, no Canadá. Djuena foi indicada à categoria de “Melhor Artista Indígena Internacional”.

A premiação acontece no dia 18 de maio e faz parte do Manito Ahbee Festival, evento que acontece na região e que promove o mercado e a arte dos povos indígenas. “Inscrevemos nosso trabalho, o CD que foi lançado no Teatro Amazonas, e fomos selecionados. Artistas indígenas de várias partes do mundo também se inscrevem ao prêmio”, comemora ela.

Mas Tikuna diz que não consegue entender o que a comissão do evento quer dizer com o termo “melhor”. “Não consigo entender como a expressão de uma cultura possa ser superior a outra”, ressalta ela. Ao todo, cinco finalistas vão concorrer à categoria. Entre estes, Tikuna destaca o amigo e artista indígena Gean Ramos, do povo Pankararu. A meta agora é conseguir levar o grupo de Djuena para a premiação, composto por Diego Janatã, Agui Tikuna, Abner Viana e Eliberto Barroncas.

Segundo a cantora, a banda calculou os custos da viagem, que somam R$ 61 mil, entre passagens e hospedagem. “É muito dinheiro. A gente vai entregar um pedido de apoio na Secretaria de Cultura. Também estou me articulando com o movimento indígena e outros parceiros”, completa ela.

Mini turnê
Antes da premiação chegar, Djuena tem três shows agendados no estado de São Paulo. No dia 10 de abril, ela se apresenta no Sesc Taubaté; no dia 11, no Sesc 24 de maio; e no dia 13; no Estúdio Mawaca.

O convite para as apresentações em São Paulo surgiu da cantora e pesquisadora da música indígena Magda Pucci, amiga e grande incentivadora do trabalho de Djuena. “Magda está lançando um livro chamado ‘Cantos da Floresta’ sobre música indígena e me chamou para a programação. O Sesc de São Paulo é sempre muito sensível às causas indígenas”, assegura ela.

No show do dia 10, Djuena participará de um bate-papo sonoro, falando de suas impressões e expressões sobre a musicalidade Tikuna. No dia 11, Tikuna cantará durante o lançamento do livro “Cantos da Floresta”, de Magda Pucci. Já no dia 13, Djuena fará uma participação especial no show do grupo indígena Mawaca.

No repertório dos shows, Djuena vai cantar algumas canções do CD “Tchautchiüãne”, e algumas canções tradicionais do povo Tikuna, que fazem parte do seu próximo trabalho, a ser gravado no semestre que vem. “Mas já está em fase de pesquisa e produção”, completa ela.

Saiba +
Nascida na Aldeia Umariaçu, região de Tabatinga (AM), Djuena começou a cantar profissionalmente há 10 anos, na antiga feira Puka’ar: Mãos da Mata, que acontecia na Praça da Saudade, no Centro Histórico de Manaus. A feira reunia toda a comunidade indígena da capital, com seus cantos, danças, artesanatos, pinturas e bebidas tradicionais. A ideia é que este passado seja resgatado. “Era uma bela confraternização entre os povos indígenas que vivem aqui”, relembra ela.

Reprodução: acrítica.com

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